quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TRAGÉDIA ATINGE ANIMAIS EM SANTA CATARINA


Estamos solidários com o sofrimento do povo catarinense. A mobilização do governo federal e dos Estados brasileiros, bem como da população do país, tem por dever aplacar as necessidades imediatas dos desassistidos. Entre as vítimas da tragédia, estão também os animais que só contam com iniciativas de poucas ONGs. Muitos cães têm sido encontrados mortos, presos a coleiras nos pátios de suas casas, gatos ficaram nos apartamentos, sem que seus donos tivessem conseguido salvá-los. Centenas seguem nos telhados e árvores sobre as águas.
Nosso apelo, neste momento, é para que, além da ajuda oferecida aos humanos, também se façam donativos para os grupos que estão tentando resgatar e tratar animais.

Itajaí
O apelo da ONG Viva Bicho dá conta de que os animais não têm como pedir socorro e não conseguem se ajudar sozinhos. Muitos estão ilhados, sem comida, com medo, frio, à espera de ajuda. Cães e gatos sobreviventes vagam pelas ruas à procura de suas famílias e de alimentação. Apela-se aos moradores que tentem alimentar os animais que estão na rua.
Não há ração disponível para compra na cidade, precisando ser enviada de outros lugares.
Contato: Bianca - Ong Viva Bicho
(47) 8425-1459 / 9903-5441
Banco do Brasil
Ag. 1489-3 cc 20793-4
Associação Viva Bicho
CNPJ 06 156 776 / 0001 - 81

Blumenau
Segundo informes da APRABLU - Associação Protetora de Animais de Blumenau, há muitos animais ilhados e também perdidos pela cidade, e a ONG pede que os moradores tentem alimentar e confortar os animais que encontrem.
Contato para doações:
aprablu@terra.com.br
BANCO Caixa Econômica Federal (ou lotéricas)
Ag.411
Op. 001
C/C 187-5
Simone Ruth Stoltz
BANCO: BESC
ag: 003
C/C 119.206-8


Florianópolis
Menos atingida do que as cidades do interior, a capital de Santa Catarina, por meio de integrantes do GAE Floripa e do É o Bicho organizam o envio de estoque de rações a Itajaí. Contato para apoiar com doações: ordepdarc@gmail.com (Pedro)

Passo Fundo
Na cidade gaúcha de Passo Fundo, voluntários da Amigo Bicho conseguiram apoio da Defesa Civil local para que sejam enviadas à Santa Catarina rações para gatos, cães, cavalos e bois, assim como doações de potes, coleiras e correntes, a serem arrecadados na cidade. Os donativos podem ser entregues no corpo de Bombeiros da Moron (atrás da Escola Notre Dame) e da Petrópolis, devendo as embalagens ser identificadas como sendo "para animais".
Contato: Diane Tauffer
Passo Fundo – RS
(54) 9188 3564
(54) 8402 5726
jornalamigobicho@yahoo.com.br
amigobichopf@gmail.com

Porto Alegre
Estamos recebendo rações para Santa Catarina no endereço e horários abaixo. Favor escrever nas embalagens PARA ANIMAIS, porque irão no avião da Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul, juntamente com outros donativos.
Os produtos podem ser entregues em um endereço comercial, de segunda a sexta-feira (não é sede de ong), que aceitou estocar os produtos.
Endereço: Rua Demétrio Ribeiro, 525 (Centro) - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Horário: das 9:00 às 11:30 e das 14:00 às18:00. (horário comercial)

Não deixa de doar, mesmo que o valor seja pequeno. Neste momento, qualquer real ajudará, porque se somará ao real que os amigos a quem repassares esta mensagem também doarão.
Junta-te a nós e aos animais vítimas das enchentes em Santa Catarina

Grupo pela Abolição do Especismo Porto Alegre
www.gaepoa.org

terça-feira, 25 de novembro de 2008

FEMINISMO E ABOLICIONISMO ANIMAL - Sexismo e Especismo


A sociedade atual ainda prioriza o homem branco ocidental em detrimento de todo o resto da criação. Comportamentos considerados culturais, não devem ser confundidos com comportamentos naturais. Não é natural que seres humanos dotados de consciência e racionalidade no século XXI ainda possam divertir-se com acontecimentos como um rodeio ou uma tourada. Seres que pregam a paz e dizem lutar por ela ainda toleram violência contra a mulher achando que este tipo de coisa é natural. Não é!

O movimento de libertação visa pôr fim ao preconceito e à discriminação baseados em características arbitrárias, como a raça, o sexo ou a espécie. Talvez o especismo seja nossa última fronteira ética e isso requer uma expansão dos nossos horizontes morais.Negros e mulheres já foram considerados seres inferiores, desprovidos de alma ou inteligência. Querer igualdade moral para os animais parece tão absurdo quanto achavam absurdo a igualdade feminina. Os sexistas violam o princípio da igualdade, ao favoreceram os interesses do próprio sexo e os especistas ao levarem em conta os interesses de sua própria espécie, em detrimento dos interesses de membros de outras espécies.

No começo da "ocupação" humana sobre a Terra, ainda não se reconhecia o envolvimento do homem na geração de novos seres. O surgimento da vida era atribuído ao corpo feminino, e por este motivo desenvolveram uma divindade feminina, a vida era ocasional, uma benção da Deusa mãe. Eram tempos matriarcais.O homem se esforça para estar ao lado da mulher desenvolvendo amor pelos filhos. Nosso sucesso como espécie deveu-se à divisão do trabalho entre machos e fêmeas: os machos se especializaram na função de provedores de alimento. Já as fêmeas ocupavam o centro da vida social, preparando o alimento, criando os filhos e organizando a tribo. Dessa forma as mulheres aprenderam a lidar com vários problemas ao mesmo tempo. Havia um equilíbrio entre homens e mulheres; eram diferentes porém iguais.
As comunidades humanas se fixam cada vez mais, surgem então disputas dos grupos por territórios e isso eleva a categoria dos homens a guerreiros pois a vida da mulher como geradora de vida nova era muito valiosa e merecia ser defendida. Lentamente um ressentimento masculino vai germinando neste estado primitivo. Desejando ter o poder de criação para si e ocupar o lugar central da sociedade, surge o masculino opondo-se a tudo o que era feminino. Lentamente a revolução patriarcal vai se organizando. O homem toma para si o poder da criação, os cultos ao deus fálico crescem, o homem passa a ter maior importância no surgimento da vida. Os homens tornam-se importantes com a guerra, organizam as coisas para "manter a ordem" e passa a sentir-se forte, glorioso, com desejos de grandeza, o esposo da deusa, um deuso, um deus...mas para isso tem que assassinar a deusa, tomar-lhe o poder, tomando a terra, desprezando a terra, dizendo que o importante é a semente, assim como o corpo da mulher seria inerte sem a semente masculina. Tomam assim o poder de controlar a vida. A deusa gera e o homem a toma para si. Surge o paternalismo, surge a propriedade, a terra propriedade, a mulher propriedade, os filhos propriedades, os animais propriedade. A Deusa é caluniada; seu culto é chamado de paganismo indecente, o deus é gerado numa mãe virgem inviolada e sofredora, de um pai austero que premia com seu amor quem se deixa domesticar e submeter-se a ele: um pai punidor, racional e controlador.
Um deus homem, um lar patriarcal, um regime de violência e dominação. Disso decorre o patriarcado - a falácia do poder - o imperialismo, o militarismo, o capitalismo, o industrialismo, o consumismo, o racismo, o sexismo e o especismo. Dominação andro-antropocêntrica, exploradora e antiecológica.

O modo como toleramos a violência e crueldade contra os animais não humanos, nos mostra como toleramos também a violência contra as mulheres, os negros, os pobres, os idosos. Assim como as feministas, os defensores dos direitos dos animais, ainda são ridicularizados e suas aspirações consideradas irrelevantes. São acusados de radicais, extremistas, histéricos, emotivos, neuróticos, anti-sociais.

Opor-se à exploração animal é um ato de amor próprio, de escolha, de liberdade, de dizer não, de negar-se à massificação do sistema.

Podemos escolher ter uma vida não brutalizada, não violenta.

Bibliografia: Singer, Peter: Vida Ética 2002
Morris, Desmond: A mulher nua 2005

Texto corrigido extraído do original em http://www.sentiens.net

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Vegetarianismo: condição inescapável para o mundo melhor que todos queremos


Está claro. O vegetarianismo é condição inescapável para esse mundo melhor que todos queremos: um mundo em que haja paz, um mundo saudável, sustentável, compassivo e sem fome.

Há um forte consenso de que a dieta vegetariana é mais saudável do que as que dão ênfase aos alimentos de origem animal. Uma dieta vegetariana reduz o risco de doenças crônicas e degenerativas, como cardiopatias, câncer, diabetes, obesidade, osteoporose, doenças da vesícula biliar e hipertensão. São as principais doenças que levam ao óbito nas sociedades ocidentais. A correlação entre doenças e alimentação está comprovada. Segundo a Sociedade Americana de Câncer pelo menos um terço dos óbitos por câncer naquele país estão ligados à alimentação.

Uma dieta rica em vegetais atende, com mais freqüência, às recomendações atuais quanto ao percentual de gordura, carboidratos e proteínas do que as dietas onívoras. Segundo estas recomendações, devemos cortar as gorduras, sobretudo as saturadas, dar ênfase a grãos, frutas e vegetais e aumentar o consumo de fibras. Ora, esta é uma tarefa muito simples para um vegetariano.

Em uma dieta sem carne há menos possibilidade de contrairmos infecções bacterianas como, por exemplo, E. Coli, Camphylobacter ou Salmonella. Doenças como a encefalopatia espongiforme bovina (BSE ou doença da vaca louca), o vírus de leucemia bovina (BLV) e o vírus de imunodeficiência bovina (BIV) encontrados em animais podem afetar a saúde humana. Surtos de doenças em animais surgem com cada vez mais freqüência, como é o caso da gripe aviária, da aftosa e outras.

De acordo com o Dr. T. Colin Campbell, diretor do famoso Projeto China, um estudo epidemiológico sobre a relação entre dieta e saúde: "A vasta maioria, talvez 80 a 90% de todos os cânceres, doenças cardiovasculares e outras formas de doenças degenerativas podem ser prevenidas com a adoção de uma dieta vegetariana".

O acrônimo de Standard American Diet ou Dieta Americana Padrão, é "SAD", que em inglês significa triste. E é triste mesmo. Esta dieta foi posta "à prova" por sua possível ligação com centenas de milhões de mortes nos Estados Unidos. Cientistas produziram milhares de páginas de pesquisas sobre a ligação entre dieta e doenças crônicas degenerativas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou um grupo de especialistas em nutrição de todo o mundo para avaliar estas pesquisas. O resultado, um documento técnico de 200 páginas, intitulado "Dieta, Nutrição e Prevenção de Doenças Crônicas", foi publicado em 1990. A conclusão foi:

"As pesquisas médicas e científicas apontam para uma clara ligação entre fatores nutricionais e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, infarto, vários tipos de câncer, osteoporose, diabetes e outras doenças crônicas. Esse conhecimento é hoje suficientemente contundente para capacitar os governos a avaliar a qualidade dos padrões alimentares nacionais, detectar riscos e, assim, proteger sua população por meio de políticas que dêem preferência a alimentos saudáveis".

A alimentação vegetariana apresenta muitos benefícios. A posição da ADA (American Dietetic Association) e Nutricionistas do Canadá de 2003 reúne os principais estudos científicos sérios sobre vegetarianismo1.

Eis alguns resultados:

Redução das mortes por infarto (doença cardíaca isquêmica) em 31% em homens vegetarianos e 20% em mulheres vegetarianas (estudo com 76 mil indivíduos).
Comparando a mortalidade por doenças cardíacas entre vegetarianos e semivegetarianos (no estudo considerado como consumidor de peixe ou carne 1 vez por semana), a mortalidade também é menor em vegetarianos.
Níveis sangüíneos de colesterol 14% mais baixos em ovo-lacto-vegetarianos do que nos comedores de carne.
Níveis sangüíneos de colesterol 35% mais baixos em veganos do que nos comedores de carne.
Menor pressão arterial (redução de 5 a 10 mmHg) nos vegetarianos.
Redução de até 50% do risco de apresentar diverticulite nos vegetarianos.
Redução de até 50% do risco de apresentar diabetes nos vegetarianos.
Probabilidade duas vezes menor de apresentar pedras na vesícula nas mulheres vegetarianas (estudo com 800 mulheres entre 40 e 69 anos).
Os não vegetarianos têm um risco 54% maior de ter câncer de próstata.
Os não vegetarianos têm um risco 88 % maior de ter câncer de intestino grosso (cólon e reto).
A carne vermelha ou branca está vinculada (de forma independente) com o risco aumentado de câncer de intestino grosso.
Redução da incidência de obesidade, um problema mundialmente preocupante.
Osteoporose: mulheres após a menopausa com dieta rica em proteína animal e pobre em proteína vegetal têm taxa mais alta de perda óssea e risco muito maior de ter fratura de quadril.
Pelo menor teor de proteínas e por melhorar os lipídios sangüíneos, a dieta vegetariana pode ser benéfica para os que sofrem de doença renal (principalmente os que não fazem diálise e apresentam diurese).
O consumo de carne aumenta em até 3 vezes as chances de desenvolver demência cerebral.
Uma dieta vegetariana sem derivados animais e com predominância de alimentos crus reduz os sintomas de fibromialgia.
Temos hoje no mundo um cenário desalentador. A fome é uma realidade dolorosa, persistente e desnecessária. No momento, existe suficiente terra, energia e água para bem alimentar mais que o dobro da população humana, contudo quase metade da colheita mundial de grãos é destinada aos animais enquanto milhões de seres humanos passam fome.
O Banco Mundial e a FAO (Food and Agriculture Organization, órgão das Nações Unidas) estimam que a fome crônica afeta mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.

Ao contrário do que muitos pensam, o pobre está ficando cada vez mais pobre a cada ano.

No continente africano, cerca de um em cada quatro seres humanos é subnutrido.
Na Ásia e no Pacífico, 28% da população passam fome.
No Oriente Próximo, um em cada dez são subnutridos.
Na América Latina, uma em cada oito pessoas vai para a cama com fome todas as noites.
No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas são classificadas como indigentes pelas estatísticas oficiais.
O estilo americano exerce uma influência enorme na vida de muitos países, e isso não se dá de forma inocente ou espontânea, mas é reflexo de lobby, políticas de incentivo, marketing da indústria de alimentos entre outras coisas. O Brasil não foge à regra ao importar esse estilo, que entra pesadamente tanto na maneira como são produzidos os alimentos, como nos hábitos que se alteram.

Certamente esta triste realidade está ligada a um sistema que exclui boa parte da população do acesso aos bens básicos necessários para assegurar-lhe uma vida digna. Investigar a questão da excludência passa necessariamente por uma análise profunda das premissas que fundamentam os sistemas dominantes no mundo. Mas uma coisa é certa: nossos hábitos alimentares se encontram estreitamente ligados a este quadro de miséria, subnutrição e fome descrito acima. Estão ligados também a um enorme desperdício, à degradação sem precedentes do meio ambiente e a um enorme sofrimento por parte dos animais.

Número de crianças que morrem em decorrência da desnutrição e fome a cada dia: 38.000
Freqüência com que morre uma criança na terra como resultado de desnutrição e fome: a cada 2,3 segundos
Quantidade de ração necessária para produzir um quilo de carne bovina: 5 a 7 kg

Uso da terra:
Segundo o Instituto Cepa um boi precisa de 3,5 hectares e 4,5 anos em média para estar apto a ser abatido, gerando em média 210 quilos de carne. Nesta mesma terra e mesmo tempo, colhem-se no Brasil, em média:

19 toneladas de arroz

8 toneladas de feijão

34 toneladas de milho

23 toneladas de trigo

32 toneladas de soja

Quantidade de terra no mundo destinada a pastagens para o gado: metade
Quantidade de pessoas que poderiam ser alimentadas com cereais empregados na produção de um bife de 225 g: 40

É um disparate!
É tão grande o disparate que o Instituto Worldwach, que fornece indicadores sobre energia, uso da água, do solo etc. afirma:

"Alimentar a população do mundo atual com uma dieta baseada no estilo americano exigiria 2 ½ vezes a quantidade de grãos produzidos no mundo. Um mundo futuro de 8 a 14 bilhões de pessoas alimentando-se com a ração americana de 220 gramas diários de carne gerada a partir do consumo de grãos não passa de um vôo da fantasia"2

O consumo de grãos pelo rebanho animal está aumentando duas vezes mais rapidamente do que o consumo de grãos pelas pessoas.
Quantidade de soja cultivada nos EUA consumida pelos animais: 90%
Quantidade de milho cultivado nos EUA consumido pelos animais: 80%
Quantidade total de grãos produzidos nos EUA consumidos pelos animais: 70%
Quantidade da colheita mundial de grãos consumidos pelos animais durante os anos oitenta: Metade
Quantidade de milho cultivado no Brasil consumido pelos animais: 90%

Uso de água:
A pecuária é um dos melhores exemplos de uso ineficiente de recursos hídricos. Além da água utilizada diretamente na produção dos animais, é preciso considerar também o que é gasto indiretamente, ou seja, na água usada para irrigar as culturas que vão fornecer alimento para esses animais.

Cerca de 70% da água doce captada dos rios, lagos e depósitos subterrâneos é destinada para uso agrícola, sendo que os 30% restantes são utilizados para as demais atividades (consumo doméstico, atividade industrial, geração de energia, recreação, abastecimento e outros).

Observando esse número pode parecer que consumir vegetais gasta mais água, já que a agricultura é a grande responsável pela utilização desse líquido precioso. Mas é importante saber que grande parte da nossa produção agrícola é usada para alimentar o gado, ou seja, a maior parte da água é utilizada para produzir carne.

No Brasil, são necessários em média 2 mil litros de água para produzir um quilo de soja. Para produzir cada quilo de carne bovina, por outro lado, são necessários cerca de 15 mil litros de água. Nesse cálculo entram não só a água que os animais bebem (cerca de 50 litros/dia), mas também a água utilizada na produção de seu alimento.3

Ou seja,

1 quilo de soja = 2 mil litros de água

1 quilo de carne = 15 mil litros de água

Aquecimento global
A pecuária é também uma das maiores fontes de emissão de gás metano para a atmosfera. O processo de formação do gás ocorre durante o processo digestivo de fermentação entérica de animais ruminantes, sendo o metano subproduto deste processo, liberado para a atmosfera através da flatulência e eructação dos animais. Em média, estima-se que 6% de todo o alimento consumido pelo gado no mundo seja convertido em gás metano. O metano é 24 vezes mais potente do que o dióxido de carbono para causar aquecimentos atmosféricos, contribuindo com 15% do total do aquecimento global.4

Poluição da água & dejetos
A explosão da população de animais de criação resultou em uma paralela explosão de resíduos animais, que são grandes poluidores das águas. O nitrogênio proveniente destes resíduos é convertido em amônia e nitrato que se infiltram nas águas poluindo poços, contaminando rios e riachos e matando a vida aquática.

De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, cerca da metade dos poços e córregos do país estão contaminados.

No oeste catarinense a situação é muito grave não só de contaminação das águas, como da sua escassez e do acúmulo de excrementos. Para amenizar o problema, fazem piscinões forrados de plástico para colocar os dejetos dos porcos.

Na Holanda, o esterco gerado pelos 14 milhões de animais de produção provoca mais prejuízos que os automóveis e as fábricas juntos, segundo o Instituto Nacional de Saúde Pública e Proteção Ambiental do país.Parte desse excesso está sendo enviado para a África de navio.

Poluição da água atribuível à agricultura, incluindo a vazão de solo, pesticidas e excrementos: Maior do que todas as fontes industriais e municipais combinadas
Produção de excremento dos animais de produção nos EUA: 104 mil kg por segundo
Resíduos gerados por umrebanho de 10 mil cabeças: igual a uma cidade de 110 mil habitantes
Em SC, apenas nos últimos 5 anos de produção intensiva de carne suína, foi gerado o equivalente aos dejetos de uma população de 100 milhões de pessoas (sem contar o impacto da produção de quase 900 mil toneladas de cama de aviário). Isto é, somente com a produção industrial de suínos SC produz uma quantidade de dejetos equivalente a uma população humana quase 20 vezes maior que sua atual população.

Quantidade de dejetos produzidos por um suíno: equivalente a 3,5 pessoas
Quantidade de excrementos gerados a cada kg de carne bovina: 7 litros
A criação de gado é responsável pelo desmatamento de 93% da Mata Atlântica, 80% da Caatinga, 50% do Cerrado e 18% da Amazônia.

A Amazônia está sendo devastada em grande medida pela criação de gado e cultivo de soja. Para quem vai essa soja? No Brasil não temos hábito de consumo de soja. Fora uma parcela substancial de soja para o óleo, o resto vai para exportação e vira ração para animais.

Em quarenta anos, de 1964 a 2004, o rebanho bovino da Amazônia saltou de 1,5 para 60 milhões de cabeças. Este lote representa 1/3 do rebanho brasileiro. Três cabeças de boi para cada habitante da Amazônia. No Brasil já há mais bois que gente!

A pecuária é altamente concentradora de renda. Inexiste uma única região do Brasil onde a pecuária promoveu o desenvolvimento com justiça social. Pior, a maior parte dos fazendeiros perde dinheiro com a atividade.5

Ao desconstruirmos o pedaço de carne que temos no nosso prato chegamos a um quadro de dor e miséria. A dieta centrada na carne tem impacto negativo sobre a saúde das pessoas, gera enorme sofrimento aos animais e é um dos fatores que mais agridem o meio ambiente e esgotam os recursos naturais, sendo um dos principais responsáveis também pela derrubada das florestas, pelo uso e contaminação das águas, pela perda da biodiversidade etc. Nunca na história da humanidade os animais foram criados e abatidos de forma tão cruel, confinados, impedidos de seus instintos mais básicos, gerando enorme estresse, doenças, sofrimento.

Todos queremos um mundo melhor, e muitas vezes nos sentimos impotentes diante dos graves problemas que assolam nosso país. Porém, ao mudarmos nossos hábitos alimentares podemos contribuir diretamente para a construção de uma sociedade mais equilibrada, sem fome e sem violência, que promove a paz para todos os seres, a compaixão intra e interespécies e preserva o meio ambiente. Um mundo pacífico, saudável e sustentável está inescapavelmente ligado ao que colocamos em nosso prato todos os dias.

Por Marly Winckler
presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

SERIA PATÉTICO SE NÃO FOSSE TENEBROSO!


“Segundo a tradição ocidental dominante, o mundo natural existe para benefício dos seres humanos. Deus concedeu aos seres humanos o domínio sobre o mundo natural, e a Deus não importa como nós o tratamos. Os seres humanos são os únicos membros moralmente importantes deste mundo. A própria natureza carece de valor intrínseco, e a destruição das plantas e dos animais não pode ser um pecado, exceto se nessa destruição forem prejudicados os seres humanos.”
(SINGER, Peter. Vida Ética. Ed. Ediouro, pág. 121)


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Escolhas

TRADIÇÕES DO PATRIARCADO...